Única empresa autorizada a manejar mogno no Brasil reconhece a importância do trabalho do IFT para conseguir certificação FSC®

Única empresa autorizada a manejar mogno no Brasil reconhece a importância do trabalho do IFT para conseguir certificação FSC®

“A primeira coisa que fizemos quando iniciamos o projeto de manejo florestal foi o treinamento do IFT. A instituição sempre foi uma referência”. Proferida por Rui Ribeiro, diretor executivo da Agrocortex Madeiras do Acre – única empresa autorizada pelo governo brasileiro a manejar o mogno -, a afirmação é um reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo Instituto Floresta Tropical (IFT) em mais de 20 anos de atuação na Amazônia.

Em visita à sede do IFT, em Belém, no mês de março, o empresário contou que graças à parceria estabelecida com o instituto para realização de capacitação e treinamento em manejo florestal foi possível alcançar padrões de excelência e pleitear a certificação florestal do FSC®, alcançada em dezembro do ano passado. “Quando fizemos o curso do IFT estávamos no meio de uma loucura, começando tudo, chegando maquinário, chegando gente contratada, e no meio disso tudo estávamos lá nos capacitando. Realizar os treinamentos e aprender com o IFT para nós foi fundamental”, contou Rui Ribeiro.

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Equipe técnica do IFT realizando treinamento para funcionários da Agrocortex.

De acordo com o diretor, desde o início do projeto no início da safra de cada ano, a Agrocortex recorre ao IFT para realizar treinamentos. “E vamos continuar fazendo isso pelos próximos 30 anos, que é justamente o tempo do ciclo de exploração da nossa área. No ano passado [2015] avançamos com o IFT em área de inventário. Praticamente terceirizamos o serviço com o IFT”, explicou.

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As capacitações foram realizadas em campo e envolveu teoria e prática de manejo florestal e exploração de impacto reduzido.

Segundo Iran Paz Pires, vice-secretário executivo do IFT, a parceria com a empresa resultou em atividades que abordaram desde aspectos operacionais e produtivos do manejo florestal, incluindo rotinas de trabalho básicas e operação florestal integrada, com foco em produção comercial em larga escala. “Os serviços técnicos prestados à empresa obedecem diretrizes e metodologias eficazes testadas e comprovadas. Além disso, também emitimos recomendações técnicas para aprimorar o empreendimento”, destacou o engenheiro florestal.

Rui enfatiza o aspecto inovador da empresa que  investe em tecnologia de ponta no coração da Amazônia. “A gente tem muita tecnologia. Somos uma empresa inovadora, estamos inovando sempre para melhorar os procedimentos, vamos começar a marcar cada árvore que terá uma identificação eletrônica que vai nos permitir rastreá-las. Mas isso só é possível porque temos uma referência técnica e essa referência é o IFT. Estamos avançando em inovação, mas sempre suportado pelo conhecimento, por isso estamos tão próximos do IFT”, reforçou.

Localizada entre os estados do Acre e Amazonas, a organização desponta no mercado madeireiro sobretudo pela conquista da exploração do mogno, espécie com restrições mais severas e rigorosas quanto ao manejo, no Brasil desde 2001. O mogno é uma espécie que consta no anexo II da lista do CITES (tratado internacional de restrições e proibições de comercialização de espécies da fauna e flora mundial, ao qual o Brasil é signatário). A área da empresa possui mais de 190 mil hectares, dos quais cerca de 186 mil hectares integram a área de manejo florestal. São 30 unidades de produção anual de mais de 5 mil hectares cada, operando 3% da floresta a cada ano. O processamento das toras é feito em um complexo madeireiro no oeste do Amazonas de 52 hectares que contêm 10 serrarias e 20 estufas.

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O IFT possui mais de 20 anos de atuação na Amazônia se tornou referência em manejo florestal.

Além do mogno, várias espécies estão no escopo da certificação da organização, concedida por meio do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) – uma das certificadoras acreditadas pelo FSC-, como Cedro rosa (Cedrela odorata L.), Cerejeira (Amburana acreana Ducke A.C. Sm), Jatobá (Hymeneae courbaril L), Massaranduba (manilkara spp.), Freijó (Cordia goeldiana Huber), Cumarú (Dipteryx odorata (Aubl) Willd).

A Certificação Florestal

A certificação FSC é uma das principais ferramentas de mercado que ajuda na identificação de produtos que proveem de área de com manejo florestal sustentável e que respeitam as leis brasileiras e os princípios do sistema de certificação, que garante entre outros aspectos, direito dos trabalhadores, avanço em pesquisa florestal, respeito as comunidades tradicionais e indígenas. Além claro de ser uma importante ferramenta no combate ao desmatamento, contribui para o uso responsável dos recursos naturais, geração de serviços ambientais como a regulação hídrica, a conservação do solo e a biodiversidade, protege a vida silvestre e agrega valor aos produtos.

A certificação garante que os produtos são originados de florestas manejadas de forma ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente viável, respeitando os aspectos sociais, ambientais e econômicos. O FSC é a sigla em inglês para “Conselho de Manejo Florestal”, entidade que controla a certificação florestal e tem por missão promover um manejo florestal das florestas do mundo. Isto é feito  por meio do estabelecimento de um padrão mundial de Princípios de Manejo Florestal amplamente reconhecido e respeitado.

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