21 jul Agroflorestas impulsionam segurança alimentar e conservação com protagonismo comunitário
Em junho, o Instituto Floresta Tropical Johan Zweede (IFT) realizou novas etapas de monitoramento e acompanhamento técnico de áreas com Sistemas Agroflorestais (SAFs) no quilombo Bela Aurora, localizado no município de Cachoeira do Piriá, e em comunidades de Bragança, no nordeste do Pará, reafirmando o compromisso de aliar conservação ambiental, geração de renda e segurança alimentar na Amazônia.
No quilombo Bela Aurora, entre os dias 2 e 6 de junho, a equipe do IFT e do Instituto Vida em Sintropia da Amazônia (IVISAM) visitou individualmente as áreas implantadas, aplicou questionários de monitoramento com os beneficiários e entregou calendários agrícolas para facilitar o acompanhamento das colheitas. Além do monitoramento, em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o IFT implantou uma horta escolar na E.M.E.F Quilombola Dom Pedro I, envolvendo professores, alunos, pais e lideranças locais. A ação incluiu ainda uma palestra sobre educação ambiental e SAFs como aliados no combate às mudanças climáticas e na promoção da soberania alimentar.
No dia 6, foi realizado um mapeamento participativo, identificando áreas de uso coletivo, pontos hídricos e faixas de vegetação em recuperação no território, importante para o enfrentamento do período de estiagem.

Já em Bragança, entre 10 e 13 de junho, as atividades de monitoramento dos SAFs foram realizadas em mutirão nas comunidades Cearazinho, Urupiunas e Santo Antônio dos Soares. Essa mobilização comunitária contribuiu para agilizar o acompanhamento técnico e fortalecer o aprendizado coletivo sobre o manejo das áreas. Foram aplicados questionários de monitoramento e distribuídos calendários agrícolas aos beneficiários para registro das produções.
“Durante as visitas, foram realizadas limpezas, podas, incorporação de matéria orgânica ao solo e orientações técnicas, estimulando o plantio de culturas de verão e o manejo adequado das áreas para aumentar a produtividade e a cobertura do solo, fundamentais para a saúde dos sistemas agroflorestais”, conta Wenderson Holanda, assistente de projetos do IFT.
As atividades em ambos os territórios destacaram o protagonismo das mulheres na manutenção das áreas agroflorestais, bem como o engajamento das famílias, que assumiram o compromisso de cuidar das áreas e registrar as produções, fortalecendo o vínculo entre conservação ambiental e soberania alimentar.
“Os SAFs são uma tecnologia social que valoriza o conhecimento tradicional das comunidades, melhora a qualidade de vida, gera renda e ajuda a proteger a floresta”, explica Paula Vanessa Silva, gerente de Sociobiodiversidade e Bioeconomia do IFT. Além de contribuir com a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, o método ajuda a diversificar a alimentação das famílias e promove a produção sustentável, respeitando os modos de vida locais.
As atividades compõem o escopo do projeto Act for Amazônia, iniciativa que reforça o papel do IFT no fortalecimento das agroflorestas como estratégia integrada de conservação e desenvolvimento local. A atuação nos SAFs em Cachoeira do Piriá e em Bragança demonstra que é possível produzir alimentos saudáveis, gerar renda e conservar a floresta em pé, promovendo justiça climática e protagonismo comunitário na Amazônia.



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