
09 jun Moradores da Resex Mapuá recebem oficinas sobre sistemas agroflorestais
As atividades fazem do projeto ‘Valorização da Floresta’. Iniciativa visa fomentar novas cadeias produtivas da sociobiodiversidade em duas unidades de conservação do Marajó
As ações de incentivo aos sistemas agroflorestais realizadas pelo Instituto Floresta Tropical Johan Zweede (IFT) continuam na região do Marajó. Na última semana de maio foi a vez dos moradores da Reserva Extrativista Mapuá, no município de Breves, receberem a série de oficinas de fomento a novas cadeias de valor da sociobiodiversidade e quintais agroflorestais. A iniciativa faz parte do projeto ‘Valorização da Floresta’ e visa a implantação e/ou enriquecimento dos quintais agroflorestais das famílias para estimular a segurança alimentar e nutricional e a comercialização de produtos florestais não madeireiros na unidade de conservação.
As formações aconteceram em dois territórios da Resex. Nos dias 27 e 28 de maio, os encontros foram realizadas na comunidade Santíssima Trindade, no rio Aramã. Nos dias 29 e 30 foi a vez dos moradores da comunidade Bom Jesus, no rio Mapuá, receberam as duas oficinas. Ao todo, as atividades reuniram cerca de 30 participantes.
A programação contou com o apoio do grupo de manejadores local, da Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Mapuá (AMOREMA) e da Cooperativa agroextrativista dos rios Aramã e Mapuá (Coama).

Atividade de formação na comunidade Bom Jesus, no rio Mapuá (Foto: Acervo IFT)
“A proposta dessa iniciativa é entender quais são os potenciais que essas comunidades têm para o desenvolvimento de novos produtos florestais não madeireiros. As duas oficinas foram pensadas para fomentar novas cadeias produtivas que sejam interessantes para as comunidades, incuindo o acesso a novos mercados”, destaca Marcelo Galdino, vice-secretário executivo do IFT.
Assim como ocorreu nas oficinas de fomento à novas cadeias produtivas na Resex Arióca Pruanã, ao final da atividade também foram selecionadas 30 famílias na Resex Mapuá, sendo 15 da comunidade Bom Jesus e 15 da Santíssima Trindade, para participar da ação de implantação e/ou melhorias de quintais agroflorestais. As formações, ministradas pela equipe técnica do IFT, são uma oportunidade de apresentar na prática as técnicas de trabalho de sistemas agroflorestais aos moradores da Resex.

Ciclo de oficinas na comunidade Santissima Trindade, rio Aramã (Foto: Acervo IFT)
Quintais agroflorestais
Os SAFs são sistemas produtivos que unem, no mesmo espaço, espécies florestais, frutíferas, e alguns casos animais, de importância econômica, alimentar, cultural e ecológica. Por meio de intervenções controladas e tratos específicos, as espécies passam a se relacionar com vantagens mútua, em termos de nutrientes, solo, clima e sombreamento.
A próxima etapa do projeto será a implantação dos quintais agroflorestais nas casas das famílias selecionadas na Resex. Antes da fase da instalação serão realizadas entrevistas e o mapeamento participativo desses locais. “O objetivo da próxima etapa é conhecer essas famílias, saber o perfil delas, identificar o que existe nesses quintais, o que já existe de espécies e quais outras espécies eles desejam cultivar. Com essas informações, vamos compreender a logística para chegar nessas casas, o que será fundamental na etapa de planejamento da instalação”, explica Paula Vanessa da Silva, gerente de Sociobioeconomia e Biodiversidade do IFT.
Valorização da Floresta
As oficinas de fomento a novas cadeias produtivas e quintais agroflorestais, fazem parte da agenda do projeto ‘Valorização da Floresta’. Iniciado em outubro de 2023, o projeto tem a finalidade de fortalecer o manejo florestal sustentável nas Reservas Extrativistas Arióca Pruanã e Mapuá, no Pará.
A iniciativa integra o projeto Sustenta Bio – aliança pelo fortalecimento das economias da sociobiodiversidade em áreas protegidas, realizado pelo ICMBio, Vale e Fundo Vale em parceria com outras organizações que atuam na Amazônia. O projeto, financiado pelo Fundo Vale, prevê a estruturação da produção madeireira local, a promoção de novas cadeias da sociobiodiversidade e o fortalecimento dos planos de manejo florestal comunitários nas unidades de conservação atendidas.
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