Manejadores da Resex Verde para Sempre aprimoram técnicas de identificação botânica

Manejadores da Resex Verde para Sempre aprimoram técnicas de identificação botânica

Os conhecimentos tradicionais acerca da floresta são repassados de geração a geração entre os moradores que habitam a região Amazônica. Para contribuir com o processo de aprimoramento, e ampliar o olhar dos produtores agroextrativistas que atuam com manejo florestal comunitário na Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre, localizada em Porto de Moz (PA), o Instituto Floresta Tropical (IFT) realizou, entre os dias 13 a 17 de novembro, o curso Técnicas de Identificação Botânica em Manejo Florestal.

Participaram da atividade 14 manejadores. O curso, com carga horária total de 44 horas, foi desenvolvido em parceria com o Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Segundo Gracialda Costa Ferreira, professora doutora da universidade, foram abordadas as técnicas de coleta e identificação de material botânico, assim como a importância da atividade para o manejo florestal sustentável.

Identificadores conferem equipamento de segurança.

“O objetivo é oferecer aos alunos conhecimento sobre a morfologia vegetal e dendrologia que fundamentem seus conhecimentos sobre as principais espécies florestais nativas da Amazônia, visando reduzir os erros de identificação das espécies nas atividades de manejo e, consequentemente, garantir a sustentabilidade no uso dos recursos naturais e sua conservação”, afirmou Gracialda.

O instrutor do IFT, Antônio Hélio, identificador botânico, acompanhou a atividade e, com a extensa experiência que possui sobre identificação de espécies amazônicas, avaliou positivamente a atividade: “é preciso ressaltar a importância da participação de pessoas nesse curso que já possuem excelentes conhecimentos sobre as espécies florestais. Essa participação garante um bom diálogo entre a equipe técnica e o conhecimento tradicional”, disse.

Alunos do curso verificam folhas de árvores.

Identificação botânica

De acordo com Gracialda, o profissional que executa o inventário precisa ser uma pessoa que conheça as espécies, entenda as relações morfológicas, fisiológicas e filogenéticas.  “Essas pessoas poderão proceder a seleção daquelas espécies que serão extraídas e das que precisam ser deixadas na floresta.  Assim, o IFT traz uma grande contribuição a este processo, ao oferecer treinamento para as equipes que atuam diretamente no manejo florestal comunitário, orientando esse grupo de pessoas a realizarem as atividades com responsabilidade ambiental e promovendo a sustentabilidade das florestas amazônicas” destacou a professora.

Identificador do IFT demonstra como utilizar equipamentos.

A metodologia utilizada durante o curso primou pela intersecção entre teoria e prática. Os manejadores foram levados a expressar seus conhecimentos por meio de listas de nomes vulgares, descrições e desenhos das plantas de acordo com os nomes citados e comparação dessas nomenclaturas com a literatura científica. “Posteriormente, os alunos foram ao campo coletar amostras das plantas por eles descritas e nomeadas, quando também realizaram descrições minuciosas – com as novas características aprendidas – e, em seguida, realizaram identificação com auxílio de literatura específica”, explicou Gracialda.

Resex Verde para Sempre

A Unidade de Conservação possui seis planos de manejo aprovados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. O IFT, por meio de projetos de apoio desenvolvido e parceria com a Climate and Land Use Aliance (CLUA) e Serviço Florestal Americano (USFS/USAID, da sigla em inglês), assessora todas as comunidades.

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